Dentadinhas

quinta-feira, março 31, 2005

cálculo

na primeira aula de cálculo, a professora disse: “desarmem-se em relação à matemática”.
segui o conselho ao tentar encarar, c/ a maior boa vontade, os números. mas não teve jeito.
acabo de atirar a primeira pedra: por q as malditas funções existem? por q temos q calcular o limite delas?
menos de um mês de aula, e eu já estou surtando. quero cortar pulsos, quero o fim da matemática.
antes q eu fique totalmente depreh, só me resta abandonar esses estudos e, pra me acalmar um pouco, reler algum conto do cortázar. farei isso agora!

quarta-feira, março 30, 2005

thompson

Eis onde encontro incentivo para jamais ter vergonha de comentar o quão feliz fico ao encarar um bom deadline: "O jornalismo não é uma profissão ou um ofício, mas um abrigo para todos os doentes e desajustados". Essa definição foi cunhada por Hunter S. Thompson, que dispensa maiores apresentações.
No entanto, a questão: o q me leva a citar o pai do jornalismo gonzo logo agora, após algumas semanas de seu suicídio?
Ne voulent pas entendre!

sábado, março 26, 2005

um porquê p/ eu estar estudando economia

"as idéias dos economistas e dos filósofos políticos, tanto quando estão certas ou quando estão erradas, são mais poderosas do que se pensa. sem dúvida, o mundo é governado por pouco mais do que isso. os homens práticos, que se acreditam imunes a qualquer influência intelectual, geralmente são escravos de algum economista já falecido. os líderes loucos, que ouvem vozes vindas do ar, destilam sua exaltação de algum escrevinhador acadêmico de alguns anos atrás. tenho certeza de que o poder de capitais investidos é enormemente exagerado em comparação com a gradual usurpação de idéias". quem escreveu isso foi ninguém menos que lorde Keynes.

consciência

"não é a consciência dos homens que determina o seu ser; ao contrário, é o seu ser social que determina a sua consciência."
marx escreveu isso em "contribuição à crítica da economia política".

quinta-feira, março 24, 2005

preço do camarão

Grunhi essa pérola hoje, ao fazer minha superficial leitura diária dos quatro jornais da capital: “Agora só tem se falado em como está barato o preço do camarão...”
o Jornal do Almoço – que resume tão bem a mediocridade do pensamento médio porto-alegrense – que o diga.
maldita agenda-setting nivelando por baixo...

terça-feira, março 22, 2005

tenho sim esperança de ser feliz um dia

Concordo plenamente com Jules Renard: “Quando penso em todos os livros que ainda posso ler, tenho a certeza de ainda ser feliz”.

sábado, março 19, 2005

perdas voluntárias

“Todas as coisas que perdemos na vida só se perdem porque nós queremos ou porque as coisas querem perder-se e afastar-se de nós. Para nosso consolo, ensinam-nos que as perdas são involuntárias, mas elas nunca são.”Isso tá na página 231 do livro O Vôo da Rainha, do jornalista argentino Tomás Eloy Martínez. Esse cara eu respeito, e não só porque ele é amigo do García Márquez.
Quanto ao livro, ele integra a coleção da editora Objetiva sobre os pecados capitais. É sobre a soberba, o pecado de minha profissão. Hehe.
Aliás, é uma obra que todo jornalista deveria ler. Faz mais de dois anos q fiz isso, ou seja, tá até na hora de relê-la. Prometo fazer isso logo.
Pensando bem, o que eu prometo mesmo é aparecer na faculdade semana que vem. Consegui a proeza de faltar, todos os dias, às aulas das 7h30min. Minha incapacidade em acordar cedo prevê que, em breve, estarei rodada por faltas em duas das seis cadeiras que faço. Sinceramente, tô pensando em cancelá-las enquanto há tempo. nessas horas, vale reiterar minha saudade da boemia fabicana (mas confesso que não da fabico, pq, convenhamos, é muito bom ter aula pertíssimo de casa e numa sala com ar condicionado).
sinal de q as perdas são mesmo voluntárias, como escreveu o compatriota de Borges.

sábado, março 05, 2005

Na aula de português

História verídica, presenciada por mim hoje pela manhã.
O professor de português pergunta para a turma: “Qual a diferença entre uma oração interrogativa direta e uma oração interrogativa indireta?”.
Um aluno responde: “É que uma tem verbo transitivo direto; a outra, verbo transitivo indireto”.