Dentadinhas

domingo, fevereiro 27, 2005

jargão

praticamente uma ode ao jornalês: "a distância entre o furo e a barriga é muito pequena".
se eu não me engano, essa pérola está no manual do estadão.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

quer dizer que...?

depois que a ressaca passou, caiu a ficha: “então eu sou jornalista?”

discurso do orador

O discurso do Juliano tava perfeito. Para o deleite de todos, transcrevo abaixo:
“““Prezadas autoridades da mesa; querida paraninfa professora Sandra de Deus; professores homenageados; prezados pais, familiares e amigos; colegas formandos.
As atribuições básicas do verdadeiro jornalismo podem ser resumidas ao livre exercício do espírito crítico, a fidelidade à verdade dos fatos e a saudável vigilância ao poder. O objetivo do jornalismo é colaborar para a disseminação do esclarecimento e da informação, contribuindo para um mundo mais justo.
No entanto, todos os dias assistimos a uma inversão desses valores. Esta inversão tornou corriqueira a distorção da verdade e a impune veiculação de mentiras. O jornalismo tem o poder único de transformar em verdade aquilo que escreve no papel dos jornais e nas páginas eletrônicas da internet, fala nas ondas do rádio e mostra nas imagens da TV. Ganhou, por vezes, perigosos contornos de entretenimento barato, buscando mostrar aquilo que melhor convém à sua audiência ou a si mesmo. Temos, hoje, um jornalismo assim: comprometido com uma só visão e quase sempre nocivo e leviano. Isto atende a um objetivo velado de alienar e de criar uma apatia social, que, de certa forma, já foi conquistada.
Este jornalismo esquizofrênico também resulta de uma instrução acadêmica deficiente, que privilegia o ensino técnico. Nossa função social, que deveria ser a base de nossa formação, está relegada ao segundo plano, em detrimento de noções superficiais da profissão. Considera-se mais importante a maneira correta de portar-se frente a uma câmera do que o conteúdo transmitido através dela. Isto é um engano. Formar bons jornalistas vai além: passa por uma educação humanística, fundamentada na ética, na reflexão e na responsabilidade frente a todos os segmentos da sociedade. Existe um conflito evidente na atual estrutura do ensino de comunicação, que une o Jornalismo aos cursos de Publicidade e Relações Públicas, áreas distintas em suas motivações. O ensino do jornalismo precisa encontrar novos rumos através de uma reaproximação com as humanidades: a Sociologia, a Filosofia, a Geografia e a História. Assim, acreditamos que seria possível a construção de um novo jornalismo.
Nesta noite especial, recebemos nosso diploma. Mesmo com todos os problemas enfrentados em nossa educação universitária, lamentamos que nossa graduação não conte com o devido reconhecimento. Hoje, a validade do diploma do curso superior de jornalismo é questionada legalmente em nosso país. Algumas empresas defendem que não é necessária a formação acadêmica para exercer a profissão. Em diversos momentos ao longo dos últimos anos, a obrigatoriedade do diploma foi anulada. Consideramos isso um desmerecimento aos anos passados na universidade e à própria profissão, que é de grande importância para a sociedade. A origem dessa desvalorização (desse desrespeito?) está na perda do verdadeiro significado do jornalismo e no crescente poder do mercado, que prefere consumidores a cidadãos.
Todos têm direito à comunicação. O jornalismo é o agente principal de integração entre as pessoas. Nosso trabalho é o de refletir a verdade, propondo interpretações e sugerindo alternativas. Acreditamos que um jornalismo independente e ético só é possível com liberdade. Liberdade de expressão para nosso trabalho e também para que o público tenha acesso a diferentes visões da realidade, contribuindo para um espírito crítico e coletivo.
Todos nós, agora jornalistas formados, temos um pouco de imprudência em nossas personalidades. Escolhemos uma profissão que nos exige tempo a mais e salário de menos. Nosso ofício nos expõe, e nossos erros são facilmente percebidos e condenados por todos. Em troca, o jornalismo nos oferece aventura e conhecimento constante.
O escritor e jornalista colombiano Gabriel Garcia Márquez define bem o que considera, com a nossa total concordância, a melhor profissão do mundo. Diz ele: “Ninguém que não tenha nascido para o jornalismo e esteja disposto a viver só para ele poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz. Sua obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre. Porém, não concede um instante de paz enquanto não recomeça com mais ardor no minuto seguinte".
Muito obrigado.”””

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

sobre o jornalismo

Palavras de Lacan: “Todos chegaram lá, como eu, um pouco por acaso. (...) Alguns concluirão disso que o jornalismo é uma profissão de fracassados. Eu o vejo antes como um tipo de terreno vago no meio de um jardim bem planejado de diplomas, de carreiras. Um terreno intermediário próprio para atrair os espíritos demasiado independentes, os que se tocam com tudo ou os perpétuos indecisos. (...) Vi muitos outros que, da mesma maneira, continuaram a viver através do jornalismo seus sonhos de historiador, de político, de economista, de padre ou de cineasta, de romancista ou de juiz, de tira ou de poeta. O fato que o jornalismo serve assim de cemitério a tantas carreiras abortadas não cessa, de minha parte, de me encantar”.

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

como diria Machado...

“Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito”
Enfim, por que eu insisto em desconsiderar essas belas e sábias palavras de Machado de Assis, em Verba Testamentária.

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Festa no Garagem, daqui dez dias

Dia 19 é minha formatura. Salão de Atos da Ufrgs, às 17h.
Quanto mais a data se aproxima, aumenta minha vontade de sumir, fugir disso tudo.