Dentadinhas

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Enquanto o auxiliar de perícia retira o cérebro da vítima, o médico legista observa e, com uma prancheta na mão, faz anotações.
– Doutor, há quanto tempo o senhor trabalha aqui?
– Sete anos.
Nem precisou ser questionado para disparar, sem desviar os olhos do cadáver que periciava:
– Se eu penso em largar isso? Todos os dias.
O tom foi de brincadeira, mas dá uma idéia do desconforto causado por lidar com a morte.
Pelo necrotério do DML (Departamento Médico Legal) passam obrigatoriamente os corpos de todos aqueles que sofreram morte violenta (homicídios, suicídios e acidentes). Na unidade de Porto Alegre, que atende a toda a Região Metropolitana da Capital, a média é de 13 a 15 necropsias por dia. Trabalham cinco equipes, formadas por médicos legistas e auxiliares de perícia, que se revezam em plantões de 24 horas.


Esse é o abre da matéria que escrevi, lá se vai um ano e meio, para a Sextante (revista que a gente faz no último semestre de jornalismo na Fabico). Apesar de nunca ter sido publicado, foi, na minha opinião, o melhor lead que concebi em toda a minha vida.
Resolvi dividi-lo com vocês, neste blog, porque perdi a esperança de ver aquela Sextante impressa. E, porque, por mais que eu me esforce em cada texto que faço na ZH, tenho um carinho especialíssimo por esse lead. Também por ter sido resultado de uma daquelas apurações que marcam qualquer jornalista.

domingo, fevereiro 19, 2006

constatação de quem acaba de ser dar conta que a formatura não foi ontem, como parece, mas há exato um ano: estou ficando velha.
e cadê a maturidade que não veio junto?

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Em uma declaração do mestre Hemingway, eis a explicação para o fato de eu não conseguir escrever uma linha que deveras me agrade: “A gente escreve melhor, por certo, quando está apaixonado”.

domingo, fevereiro 12, 2006

Sobre filmes e, agora, dinossauro

I
Sim, gostei muito de “Boa noite e boa sorte”.

II
Assisti, ontem, ao quarto Harry Potter em uma sessão repleta de crianças.
E saí do cinema chateada. Porque o quinto ainda vai demorar.

III
Recuperada emocionalmente da notícia de que o Aibo vai sair de linha, tenho um novo xodó. Chama-se Pleo. É um robossauro, lançado essa semana nos EUA.

IV
Não gosto de números pares.

sábado, fevereiro 11, 2006

Às vezes, simplesmente esqueço de contar as coisas realmente importantes aqui.
Então, lá vai: para quem ainda tinha em seus contatos o vanessanun@aol.com, saiba que ele NÃO EXISTE MAIS. Aproveito que escrevo aqui, vou mandar um spam básico sobre o assunto.
APESAR DE QUE as pessoas que realmente me escrevem já sabiam do novo e-mail principal.
E curioso:
Cerca de dois meses atrás, tinha até escrito um post sobre a mudança de mail. Sei lá por que razão, acabei não publicando. Achei perdido nos Meus Documentos. Dizia assim:
“Mais de cinco anos atendendo no vanessanun@aol.com, e estou tomando coragem de mudar de endereço. Eu já devia ter abandonado essa porcaria há tempo, mas sempre achei (e continuo achando) legal essa história de ter durante muito tempo o mesmo e-mail.
O problema é que, em uma entrevista para o jornal, meses atrás, um executivo do Click 21 ou da InteligWeb (não lembro qual) fez comentários que ficaram martelando na minha cabecinha. Tudo bem que o cara queria “vender” o provedor deles, mas tinha razão ao criticar o comodismo das pessoas que não querem mudar de e-mail. Então, agora é oficial: migrei para o Gmail. Aliás, foi criado exclusivamente para testar o Google Talk, meses atrás, por razões jornalísticas. Mas até que gostei. E anotem aí: NESSANUNES@GMAIL.COM”


De qualquer forma, se eu não tivesse mudado de e-mail, agora teria que fazê-lo de qualquer forma. Porque a AOL fecha as operações no Brasil mês que vem. Já vai tarde.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Sobre filmes e cachorro

I
É sábado à noite, e estou decidida a ver os três primeiros Harry Potter. Na locadora, torcendo para não encontrar conhecidos, me dirijo à parte dos infantis. Se me perguntarem, direi que é para o meu sobrinho ou sobrinha ou sobrinho e sobrinha.
Nenhum conhecido, nenhuma pergunta, sobrevivi.
Até porque não tenho sobrinho, nem sobrinha, muito menos sobrinho e sobrinha.

II
Depois de quase oito horas na frente da TV, não tive dúvida:
Se tivesse 10 anos a menos - ou seja, fosse uma adolescente -, eu seria uma pottermaníaca.
E se o quarto filme não estivesse em cartaz em apenas uma sala da Capital e em horários incompatíveis com o do meu trabalho, teria ido vê-lo hoje.

III
Será que devo me preocupar?

IV
E falando em filmes...
O fato de eu não ter gostado de Munique faz de mim uma alienada?

V
Acho que não devo me preocupar.

VI
Mudando de assunto...
É segunda, no final da tarde, e acabo de ler que o Aibo não será mais fabricado. Estou arrasada.
Pra quem não sabe, sou fã dele. É tão fofo, fofo, fofoooo. Apesar de ser um cão. Apesar de ser um robô.

VII
Sete é o meu número de sorte. Tô precisando.

sábado, fevereiro 04, 2006

Alguém me explica por que jornalista gosta tanto de um bloco? O da bolsa é mais do que justificado. Agora, por que uma coleção na gaveta?
Confesso que levei um susto ao tentar limpar uma gaveta aqui em casa. Pior (ou melhor): são T-O-D-O-S imprescindíveis.