Dentadinhas

domingo, maio 22, 2005

Interpretando Sun Tzu

“Da arte de semear a discórdia” é o último capítulo de “A arte da guerra”. Essa obra de Sun Tzu, aliás, era um daqueles livros que juntavam pó em minha casa sem eu nunca ter folheado. Daqueles livros que comprei porque sabia que, se os tivesse em casa, um dia iria lê-los. Exemplos não me faltam. Para citar três, Ilíada, de Homero, O Vermelho e o Negro, de Stendhal, e Camilo Mortágua, do gaúcho Josué Guimarães. É como se o ato de possuí-los me eximisse em parte da vergonha de não os ter lido – ainda.
No entanto, eu finalmente enfrentei a obra de Sun Tzu. O livro é fininho, e minha leitura – admito – foi superficialíssima. Também não foi pelo prazer de ler. Simplesmente devorei as palavras em busca de um conselho. Algo patético, eu sei. Mas parte da idéia de que, para enfrentar a falsidade humana, nada melhor que recorrer “A arte da guerra”. Afinal, a falsidade é um dos maiores males da humanidade, e diariamente travamos uma luta contra ela, contra as pessoas falsas ao nosso redor. E olha que são tantas. Bem mais do que a gente sempre imagina. Por isso não resta alternativa contra a falsidade senão guerrear. Mas como? Nesse caso, Sun Tzu não ensina explicitamente. Mas logo no início do texto ele defende a importância de se conhecer o inimigo e a si mesmo. Eis então que, do último capítulo, é possível depreender um alerta para a necessidade de sermos reservados. “O grande segredo para vencer sempre consiste na arte de semear a divisão”, diz o autor. Sinal de que, para não perder as batalhas contra a falsidade, é necessário se proteger dos que só querem a discórdia. Porque a verdadeira lição do livro é que a primeira batalha que devemos travar é contra nós mesmos. Ou seja, parar de acreditar nas pessoas seria uma boa. Ceticismo é fundamental, diz minha nova filosofia de vida.
Quanto ao porquê deste post, esclareço sem falsidades: a menina bobinha aqui tentará amadurecer. Ingenuidade que se confunde com burrice incomoda, afinal de contas.