Lula e o assunto econômico
“Nosso presidente tem se especializado em interpretações econômicas de profundo conteúdo.”A frase é de um economista de uma universidade federal. Foi dita ontem, para alunos de Introdução à Economia.
A propósito, tal declaração me faz lembrar minha leitura da cobertura da Folha de S.Paulo (edição de 30 de abril) sobre a primeira entrevista coletiva de nosso presidente. Não é à toa que resgato um trecho de “A fala do trono”, autoria de Jânio de Freitas:
“Muito original a entrevista coletiva que Lula demorou 28 meses para conceder: em uma hora e 25 minutos de perguntas e respostas, não saiu uma só frase que acrescentasse algo, alguma coisa merecedora do nome de informação, capaz de justificar, senão os dois expedientes presidenciais consumidos em ensaios, pelo menos a longa expectativa e o tempo da própria entrevista. Mas a culpa não foi só de Lula. É difícil dizer qual dos dois lados se mostrou mais frustrante.
(...)
A maioria das perguntas refletiu a fixação mental do jornalismo brasileiro destes anos com o assunto econômico. E como, neste governo, o assunto econômico gira em torno de poucos pontos, as perguntas fizeram o mesmo. Juros na cabeça, é claro. O que permitiu a Lula mostrar certo progresso, tão poucos dias depois de censurar os brasileiros que não mudam de banco para buscar juros menores. Disse ele, a meio de uma das perorações: ‘Não é tão simples uma pessoa mudar de banco’.”
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