Dentadinhas

quarta-feira, novembro 29, 2006

Fragmentos de uma tentativa de diálogo com um taxista, em São Paulo

- Ah, Porto Alegre é a cidade da moça aquela que morreu.
- Ahn?
- Aquela que não comia, a modelo?
- Não. Ela é de uma cidade do Interior de São Paulo.
- Ah. Mas tem uma modelo famosa que é de lá. Aquela bem famosona.
- A Gisele Bündchen? Ela é gaúcha, mas é de Horizontina, não de Porto Alegre
(...)
- Porto Alegre é mais quente que aqui, né?
- Não.
- Ah, mas tem uma cidade que dizem que é bem quente, Manaus.
- Mas elas ficam bem longe. Manaus, bem no Norte do país, e Porto Alegre, no Sul.
(...)
- Mas o Zero Hora não tem aqui. Passa em que canal?
- Nenhum. É jornal. Circula no Rio Grande do Sul.
- Mas não passa nem na parobólica?
- Não. É jornal. Escrito. Em papel. Como o Estadão, a Folha.
- Ah, entendi. Não é de um jornal desses o cara aquele que matou a namorada?
- Sim. O Pimenta Neves, do Estadão.
- Ah.
(...)
- Você vai de TAM?
- Não. Gol.
- Mas você não tem medo de viajar de Gol depois do acidente aquele? O pessoal não anda querendo viajar de Gol. Morreram 154 pessoas.
- Tenho mais medo é de ficar plantada no aeroporto. Meu vôo de Porto Alegre para cá atrasou mais de duas horas.
- Ah, mas pior é esperar em engarrafamento.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Ah, mas uma das cenas mais inusitadas que aconteceram comigo em festas foi quando um cara acertou meu nome na primeira tentativa de adivinhá-lo.
Foi engraçado. Ele não acreditou que tinha acertado.

Sábado, no Jeckyll.

Quando saco o celular da bolsa, para mandar uma mensagem, ele puxa assunto:

- Tem horas?

Era hora de eu me preparar para minutos infindáveis de cantadas idiotas. Eis que, de repente, depois de um ''como o teu cabelo é lindo'', ele me pergunta:

- Onde é que tu corta teu cabelo?

Ah, esses homens...

 

sábado, novembro 25, 2006

Ó, escrevi um texto para o último ZH Centro sobre o meu bairro. Taí:

Da Cidade Alta para a Cidade Baixa
VANESSA NUNES/ Repórter de Economia de Zero Hora e moradora da Cidade Baixa
 

Jovem deixa a casa dos pais, em uma cidade pequena, para fazer faculdade na Capital. Aí adota a Cidade Baixa. A situação - que enquadra boa parte dos moradores do bairro - também serve para mim. Não fica difícil entender por que o escolhi - ou, como costumo dizer, foi a Cidade Baixa que me acolheu, como faz com esses tantos estudantes que traçam um caminho parecido todos os anos.
Jovens que depois se formam mas não deixam o bairro. Talvez seja a relação sentimental com as quadras e as ruas que presenciaram um momento importante em que se vira "gente grande''. Não acredito muito nessa história de que seja só a vida noturna o que prende pessoas jovens à Cidade Baixa. Aliás, vocês notaram que os bares estão fechando cada vez mais cedo?
Por outro lado, nos mesmos sábados à noite em que sei que a Lima e Silva está fervendo, dá para ouvir, do sexto andar em que moro, poucas quadras distantes dessa badalação, barulho de bola quicando no chão. Vou até a sacada - meu prédio fica na esquina da travessa Tuyuty com a André da Rocha, a avenida com árvores no canteiro central - e vejo crianças jogando futebol na rua, vezes na Tuyuty, vezes na André da Rocha. Algo que destoa do cenário de prédios altos, concreto. E me faz lembrar uma infância no Interior, como a minha, jogando vôlei na rua ou subindo em goiabeiras. Só que os flanelinhas que habitam a Tuyuty durante o dia insistem em me lembrar que não estou mais em Butiá, minha cidade natal. Quantas vezes não acordei com o bate-boca e a troca de palavrões entre eles. Há dias em que também acordo com o canto de passarinhos. O bacana é exatamente essa sensação de vários mundos em um só lugar.
OK. Tem um detalhe: não moro exatamente na Cidade Baixa. Praticamente duas quadras me separam da Perimetral, onde, de fato, começa o bairro. Cada correspondência que chega, cada vez que preciso preencher o CEP, sou lembrada de que, oficialmente, estou no Centro. Nada contra o Centro, não. Até porque estou longe do fervo do centrão e gosto de uma vista que alia prédios altos e crianças jogando bola à noite. Mas talvez seja por me identificar com a Cidade Baixa que me aproprio do bairro. Aliás, em Butiá, morava na Cidade Alta - nesse caso, o CEP confirmava que o nome do meu bairro era realmente o que eu dizia ser.

second life

tenho uma segunda vida virtual. é a van latynina. aqui.

domingo, novembro 19, 2006

por q eu nunca encontro no súper um vinho tinto suave que custe mais de 10 reais? será q só existe vinho tinto suave vagabundo?

hummm. o post abaixo suscitou e-mails.
significa que este blog ainda tem leitores...

quinta-feira, novembro 16, 2006

quero um namorado.