Dentadinhas

terça-feira, maio 31, 2005

A influência do cinema em minhas notas na Economia

Mal tenho estudado para cálculo; obviamente, DEZ é a nota que não vou tirar na prova de amanhã. Mas “Dez” é o nome do filme a que assisti ontem, quando eu deveria exatamente estar estudando. Do cineasta iraniano Abbas Kiarostami, trata-se de uma história em dez capítulos que se passa totalmente no interior de um carro. Em cada sequëncia acontece um diálogo entre o passageiro e a motorista.
Por outro lado, se eu tirar CINCO na prova, a nota seria bem condizente com o quanto não tenho estudado. Ah, e são CINCO os amigos que vivem a crise dos 30 anos em “O Último Beijo”, filme italiano a que assisti anteontem, quando eu também deveria estar estudando.
Pois é, preciso estudar mais e assistir a menos DVDs. Mas já que os filmes citados são muito bons, a nota baixa, pelo menos, valerá um pouco a pena.

quinta-feira, maio 26, 2005

condescendência

A QUEDA – AS ÚLTIMAS HORAS DE HITLER. Por mais que mostre o Füher e seus asseclas em seus derradeiros momentos, isso não justifica o fato de o filme ser por demais complacente com o homem que, afinal de contas, levou o mundo à 2ª guerra mundial e 6 milhões de judeus à morte. Há quem veja aí o mérito da interpretação de Bruno Ganz, capaz de mostrar um ser humano, sem se deixar resvalar para uma caricatura do mal. Não é o meu caso, e me atrevo a dizer que a obra de Oliver Hirschbiegel peca também por outros “detalhes”. De qualquer forma, vale a pena encarar a fila no cinema. Nem que seja pela declaração de Traudl Junge de que SER JOVEM NUNCA É DESCULPA PARA NADA.
Ah, e o que dizer da mãe que envenena os seis filhos para que eles não precisem enfrentar a decepção de crescer num mundo destituído do nacional-socialismo? Cena forte, por isso mesmo a mais competente do filme ao ilustrar a demência nazista.
Pena que A QUEDA esteja em cartaz em APENAS duas salas de Porto Alegre. Mais uma mostra de quanto nossa capital é provinciana.

ah, minhas dentadinhas

Será que terei que mudar o nome do meu blog quando meu sorriso deixar de ser metálico?
Fiquei pensando nisso ao ver no blog do André Mags um link para o “Blog da Menina de Aparelhos Ortodônticos”. Hehe
De qualquer forma, ficarei ainda por muito tempo com essa porcaria na boca.

domingo, maio 22, 2005

Interpretando Sun Tzu

“Da arte de semear a discórdia” é o último capítulo de “A arte da guerra”. Essa obra de Sun Tzu, aliás, era um daqueles livros que juntavam pó em minha casa sem eu nunca ter folheado. Daqueles livros que comprei porque sabia que, se os tivesse em casa, um dia iria lê-los. Exemplos não me faltam. Para citar três, Ilíada, de Homero, O Vermelho e o Negro, de Stendhal, e Camilo Mortágua, do gaúcho Josué Guimarães. É como se o ato de possuí-los me eximisse em parte da vergonha de não os ter lido – ainda.
No entanto, eu finalmente enfrentei a obra de Sun Tzu. O livro é fininho, e minha leitura – admito – foi superficialíssima. Também não foi pelo prazer de ler. Simplesmente devorei as palavras em busca de um conselho. Algo patético, eu sei. Mas parte da idéia de que, para enfrentar a falsidade humana, nada melhor que recorrer “A arte da guerra”. Afinal, a falsidade é um dos maiores males da humanidade, e diariamente travamos uma luta contra ela, contra as pessoas falsas ao nosso redor. E olha que são tantas. Bem mais do que a gente sempre imagina. Por isso não resta alternativa contra a falsidade senão guerrear. Mas como? Nesse caso, Sun Tzu não ensina explicitamente. Mas logo no início do texto ele defende a importância de se conhecer o inimigo e a si mesmo. Eis então que, do último capítulo, é possível depreender um alerta para a necessidade de sermos reservados. “O grande segredo para vencer sempre consiste na arte de semear a divisão”, diz o autor. Sinal de que, para não perder as batalhas contra a falsidade, é necessário se proteger dos que só querem a discórdia. Porque a verdadeira lição do livro é que a primeira batalha que devemos travar é contra nós mesmos. Ou seja, parar de acreditar nas pessoas seria uma boa. Ceticismo é fundamental, diz minha nova filosofia de vida.
Quanto ao porquê deste post, esclareço sem falsidades: a menina bobinha aqui tentará amadurecer. Ingenuidade que se confunde com burrice incomoda, afinal de contas.

terça-feira, maio 17, 2005

questão de entendimento

“Quem não entende o século 19 não entende o mundo recente. As bases do mundo material estão assentadas nesse período”, disse hoje, mais uma vez, o professor de História Econômica Geral. Ele está falando isso em todas as aulas sobre a Revolução Industrial.
Faz sentido.
Mas prefiro a seguinte adaptação: “SE EU NÃO ENTENDO AS DECISÕES QUE TOMEI NO ÚLTIMO FINDI, NÃO ENTENDO O QUE FAZER AGORA. AS BASES DE MEU (DES?)EQUILÍBRIO EMOCIONAL ESTÃO ASSENTADAS NA ACEITAÇÃO DE MINHAS PRÓPRIAS ESCOLHAS”.
Já que o findi está digerido, a semana continua – tranqüila, serena. Sim, a decisão foi madura, sensata. Bastante cautelar, por isso mesmo covarde.

terça-feira, maio 10, 2005

direito

“Crer é um direito inalienável. Tal como descrer.”
(Alberto Dines, no artigo A estranha conversão da Folha, disponível no Observatório da Imprensa)

segunda-feira, maio 09, 2005

recusa

"A tecnologia foi o gênio que o capitalismo deixou escapar da garrafa; desde então, ele tem-se recusado a voltar para dentro dela", segundo Heilbroner e Thurow, em Entenda a Economia.

sábado, maio 07, 2005

Lula e o assunto econômico

“Nosso presidente tem se especializado em interpretações econômicas de profundo conteúdo.”A frase é de um economista de uma universidade federal. Foi dita ontem, para alunos de Introdução à Economia.
A propósito, tal declaração me faz lembrar minha leitura da cobertura da Folha de S.Paulo (edição de 30 de abril) sobre a primeira entrevista coletiva de nosso presidente. Não é à toa que resgato um trecho de “A fala do trono”, autoria de Jânio de Freitas:
“Muito original a entrevista coletiva que Lula demorou 28 meses para conceder: em uma hora e 25 minutos de perguntas e respostas, não saiu uma só frase que acrescentasse algo, alguma coisa merecedora do nome de informação, capaz de justificar, senão os dois expedientes presidenciais consumidos em ensaios, pelo menos a longa expectativa e o tempo da própria entrevista. Mas a culpa não foi só de Lula. É difícil dizer qual dos dois lados se mostrou mais frustrante.
(...)
A maioria das perguntas refletiu a fixação mental do jornalismo brasileiro destes anos com o assunto econômico. E como, neste governo, o assunto econômico gira em torno de poucos pontos, as perguntas fizeram o mesmo. Juros na cabeça, é claro. O que permitiu a Lula mostrar certo progresso, tão poucos dias depois de censurar os brasileiros que não mudam de banco para buscar juros menores. Disse ele, a meio de uma das perorações: ‘Não é tão simples uma pessoa mudar de banco’.”

quinta-feira, maio 05, 2005

manuscrever

Não gosto de escrever à mão. Talvez seja esse o fado de uma mal-acostumada geração q só sabe estruturar as idéias na frente de um computador.
Hoje, no entanto, algo atípico: manuscrevi (q verbo horroroso!) quatro páginas, frente e verso. Era uma provinha do jeito que eu gosto: discursiva. Pude divagar bastante. Até demais. Tanto que meu polegar direito está doendo até agora... A sorte dele, aliás, é que a tal avaliação tinha q ser feita em apenas uma hora e meia. Não foram concedidos, sequer, 30 segundos de tolerância. Uma versão acadêmica, eu diria, de algo que aprecio muito: um bom deadline. O problema é que eu precisava de, no mínimo, mais meia hora, para discorrer um pouco mais sobre as idéias de Karl Marx e Douglass North sobre os fatores que determinam o desenvolvimento econômico. Pena.

quarta-feira, maio 04, 2005

saca-rolhas

Em meu lar doce lar, abrir garrafas de vinho tinto suave não será mais tão hercúleo. Graças à Deza, que me presenteou com um saca-rolhas.
Aliás, ele foi inaugurado ontem à noite.