Dentadinhas

sexta-feira, julho 29, 2005

Caraguatá

Bubu é um l-i-n-d-o cavalo da raça quarto de milha com pelagem alazã. (O pêlo dele, diga-se de passagem, brilha mais que o cabelo de muita gente.)
Só que ele foi mal domado: tende a ir para um lado, a esquerda. Mas é bem mansinho, e, por isso, sempre que vou à chácara de meus pais (que fica a uns 15 quilômetros do centro de Butiá), o Bubu é encilhado especialmente para mim.
A sorte dele é que não costumo aparecer muito por lá e, quando vou, fico no máximo umas três horas. É que, pelo jeito, o Bubuzinho não gosta muito da forma ‘meiga’ pela qual eu o chamo. Na verdade, o nome dele é Bugrão – “nome de cavalo macho”.
Estou contando isso porque, apesar de todo esse meu carinho por ele, o desgraçado me derrubou.
Ocorreu no último domingo, e foi hilário: era uma ladeira, e o Bubu estava correndo bastante; eu queria que ele fosse pra direita; ele, p/ variar, queria ir pra esquerda; eis que perdi as rédeas e me espatifei no chão. Finalmente, o cavalo se vingou pelo apelido.
Pior é que até o meu pai concordou, indiretamente, que a culpa foi minha: “Tava correndo por quê?”, censurou-me.
Mas o trágico mesmo foi o desafiador olhar irônico que o Bubu me lançou quando eu tava no chão. Como quem diz: “O q aconteceu? O q tu tá fazendo deitada sobre um caraguatá?”.
É que, p/ amortecer o impacto, tombei exatamente em cima de um caraguatá. Isto é, uma maldita planta com ESPINHOS. Sorte a minha, neh?

quarta-feira, julho 20, 2005

Para quem gosta de vinho...

Finalmente assisti, agora há pouco, a “Sideways”, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado. De fato, “uma comédia inteligente sobre amizade e vinhos”. Adorei. O problema é que fiquei com uma vontade danada de beber um vinho tinto suave nesse friozinho, mas não me há companhia.
Só me resta então tomar café (bem forte) e comer brigadeiro enquanto vejo “Resident Evil 2”. É o que farei agora. Porque eu estou sem sono e sem ninguém pra me aquecer nessa madrugada gelada.

domingo, julho 17, 2005

pronomes de tratamento

Agora há pouco, o Fantástico veiculou uma entrevista exclusiva concedida pelo presidente Lula a uma jornalista brasileira, na França. Surpreendente a desenvoltura com que a “coleguinha” revezou os pronomes de tratamento ao se dirigir ao “pai do PT”. Na primeira e na última pergunta, ela chamou o presidente de “você” e nas outras questões, alternadamente, de “Senhor” e “Vossa Excelência”.
Enfim... um simplório sacrilégio à gramática, ao bom senso e, principalmente, aos meus ouvidos.


sexta-feira, julho 15, 2005

Pérolas do professor de Introdução à Economia

Adoro declarações dignas de aspas, talvez por resquício de minha formação jornalística.
Não é à toa que, durante as aulas, anoto nos cantos das páginas, ipsis verbis, certos comentários de meus profes. Também porque a melhor maneira de saber como alguém pensa é prestar atenção em suas pérolas.
Das aulas de sexta pela manhã, vieram estas:
"A lei da oferta e da procura é uma senhora provecta."
"É como economista normalmente raciocina: rapidinho e na margem."
"Vocês já notaram isso? Todo mundo malha o Estado. Com razão, o Estado é uma ema."
"O professor de sociologia explicou para vocês o que é alienação do trabalho? Mas será que ele sabe o que é? Será que ele explicou direitinho?"
"Nunca? O professor não disse isso. Nunca se fala nunca."
"Qual a coisa mais importante que começa exatamente no século 20 e é realizada de quatro em quatro anos? O povo vota. Ah, mas se alguém responder na prova que é a Copa do Mundo, o professor não tem como dar errado."
"Tivemos um presidente letrado, e não adiantou. Hoje, somos governados por iletrados, e também não adianta."
"O Delfim Neto é um dos últimos cérebros que sobraram. Apesar de que a última idéia dele foi uma patacada. Ah, mas deixa pra lá."
E a minha preferida:
"Vocês viram o Poderoso Chefão 1? Não? Não façam isso com o meu coração. O professor acha que tudo que devemos saber da vida está no Poderoso Chefão."

quinta-feira, julho 14, 2005

Traudl Junge

“Eu fui a secretária de Hitler” está em cartaz na Casa de Cultura. Não deixem de ver.
Eu até estou ousando dizer que esse (GROTESCO) documentário é mais interessante que a superprodução “A Queda”.

terça-feira, julho 12, 2005

Mui amiga - parte 3

para que a dona andreza – aquela minha amiga surtada que vive arranjando confusões (e adora me incluir nelas) – pare de estragar meus findis, estou secretariando sua programação semanal. detalhes aqui.
sim, isso explica meu nick no MSN: "van, a secretária da deza".

Keep cooler de morango com prazo de validade vencido

Apesar de ter passado da pré-adolescência, não tenho vergonha de dizer que bebo keep cooler de morango – e gosto. E, na sua ausência, não dispenso os genéricos, geralmente com nomes duvidosos (como o tal do cock cooler).
Mas foi só na madrugada de hoje que tive minha primeira vez com keep cooler de morango com prazo de validade vencido. A cor tava estranha. Eu até comentei isso, mas não dei atenção... já que estava com o gosto que lhe é característico. E olha que sou uma especialista na bebida.
Mas eis que o garçom, após eu ter tomado meia garrafa, me pergunta se há algo de errado com o keep, em razão de sua cor alaranjada. Eu disse que estava tudo “OK” e, para me certificar, resolvi conferir a data de validade: 05/2005.
Opa! Estamos em 07/2005. xiiiiii.
A bebida foi trocada.... e meu novo keep veio em seu tom vermelho escuro característico.
Importante enfatizar que esse episódio não aconteceu no bom e velho Güim. Até porque lá os keeps têm alta rotatividade por causa de uma certa cliente costumeira. E que eu aprendi a lição: da próxima vez que eu for comer um churras na Garcia’s às 2h da madruga de uma terça-feira, não esquecerei de conferir o prazo de validade dos keeps de morango.

domingo, julho 10, 2005

Balzac

“Enfim, nós só temos três coisas a dar ao miserável que interrompe uma leitura:
Uma prece.
Um túmulo.
E estas palavras: REQUIESCAT IN PACE!”

Esse é o trecho final de “Os salões literários e as palavras” – disponível em “Os jornalistas” (Ediouro, 1999). Mais uma prova do quanto é bom ler e reler Honoré de Balzac.
Esse livro ainda reúne o clássico libelo “Monografia da imprensa parisiense”. E é para o deleite de todos nós que selecionei algumas partes:
“Todo o crítico é um autor impotente (...) Compreendendo as regras do jogo sem poder jogar, professa (...) A crítica se tornou uma espécie de alfândega para as idéias.”
“Para o jornalista, tudo o que é provável é verdadeiro.”
“A Imprensa, como a mulher, é admirável e sublime quando conta uma mentira. Não o deixa em paz até tê-lo forçado a acreditar nela, e emprega as maiores qualidades nesta luta onde o público, tão tolo quanto um marido, sucumbe sempre”.
“Se a imprensa não existisse, seria preciso não inventá-la.”

Mui amiga - parte 2

Quero deixar claro que eu não lembro de ter dito a frase que a Dona Priscila Caramello atribuiu a mim em seu e-mail de despedida de OSul. De qualquer forma, fiquei comovida com o que ela escreveu, e transcrevo o trecho em que fui indiretamente citada: “Desde que entrei no jornal (sentadinha lá no meu problemático COPY1 e depois trocando de PC mais que de roupa), aprendi muito, me estressei muito, ri muito, discuti muito... Conheci pessoas maravilhosas, inesquecíveis,
sensacionais, das quais não quero me afastar de jeito nenhum... Encontrei a
minha melhor amiga (quem diria... mesmo depois de uma das primeiras frases
dela ser "eu odeio COPYs novos")”
.
Depois, via MSN, a Prizinha falou algo do gênero: “aie Vanessa, tu podes até não ter dito, mas quem te conhece sabe que tu dirias”. Ela tem razão. Paciência nunca foi o meu forte. Por isso assumo a declaração que não é minha. E fico me sentindo uma bruxa.